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Esse ano tivemos mais uma edição da Virada Cultural em São Paulo, um dos eventos mais ecléticos e divertidos em ação ! Contamos com a presença marcante de vários ícones do rock, bandas que sobrevivem ao “caos atual da indústria fonográfica”.

O Palco da Praça da República transformou-se mais uma vez no centro de veteranos do rock, não só bandas mas também público. Há muito não viamos em atividade sonora tais bandas, O Som Nosso de Cada Dia que possui em sua carreira o melhor disco de rock progressivo lançado no Brasil. O Som Nosso fez uma grande apresentação e deixou barbados de boca aberta com o Sinal da Paranóia.

Joelho de Porco entrou no palco com um som diferente do rock tradicional, porém acho que essa definição não está corretamente empregada neste texto, pois não é para isso que o Rock N Roll nasceu ? Para ser contra-cultural, diferir-se do cotidiano, não ortodoxo e muito menos convêncional ? Seria melhor: criativo, paradoxal e até mesmo hidrostático; afinal o rock tem em si ( como se fosse gente ) a essência para causar pressão e impacto ao meio onde é executado.

Justamente falando de impacto, eis que surge Camisa de Vênus, diretamente dos anos 80, que atacou a massa com clássicos dessa época, e ao mesmo tempo dizendo ao público do que é que o Rock N Roll é feito ! Sem dar chance para o público respirar desferiram uma marretada após outra, “Eu não matei Joana D’Arc”, “Hoje”, “Só o fim” e “Silvia”, foram algumas das clássicas que tivemos a oportunidade de ver e ouvir.

Passando de “Trêm desgovernado” para “Caminhada do Domício”, essa Virada foi tão especial quanto à do ano passado, pois muitos fãs tiveram a oportunidade de ver uma grande banda dos anos 80 também, Violeta de Outono, que executou na íntegra o clássico LP “Violeta de Outono”, disco de estreia da banda. Entre uma “pescada” e outra (sim pois já eram 6h da manhã), esse espectador que vos fala ficou muito bem no Teatro Municipal, que é um lugar lindo e foi adequado para Violeta de Outono.

Jon Lord e a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo fizeram uma apresentação brilhante, cheia de arranjos perfeitos e bem temperados com o toque do Gênio que é o Jon Lord. Os clássicos do Deep Purple foram bem interpretados, aliás, majestosamente. A não ser pelo momento “Celine Dion” que a interprete executou; determinado momento achei que fosse Celine Dion no palco, foi assustador !

No mesmo palco de Jon Lord, na avenida São João, já 9h da manhã, entra em cena Cordel do Fogo Encantado, e vos digo certamente, que foi um dos melhores shows que já vi, nesse dia nem “A matadeira” daria conta de controlar a multidão “cegamente” atenta ao que acontecia no palco. Pessoas nas sacadas dos prédios, eu pude observar, um garoto acompanhava as letras das músicas, garotas faziam um gorila acenar para o povo e como bom corinthiano uma criança fazia uma bandeira do Corinthians tremular acima de nossas cabeças.

Houve também as farsas que acontecem em todos os shows. Pessoas aque se aglomeram sem saber do que se trata e faz um volume desnecessário. Muitas pessoas nem sabiam quem era Jon Lord ou O Som Nosso de Cada Dia, mas é impossível fazer com que pessoas assim fiquem em casa assistindo o Gugu. Houve muita sujeira, por falta de lixeiras, urina em plena calçada por falta de banheiros, e um cidadão representando a “gripe suína” na copa de uma árovore. Problemas como esses deveriam ser previstos, pois a cada ano a quantidade de visitantes na Virada aumenta e com eles vêm problemas. Além desses problemas e de a Virada ter sido especial, esse ano ela esteve empobrecida, pelas bandas convocadas, na minha modesta opnião havia bandas que não precisavam estar lá, com excessão das que vimos; O Palco Canja Rock Blues não foi apresentado esse ano.

Tristezas à parte, foi mais um evento que serviu para que fãs mais novos tivessem a oportunidade de ver bandas outrora do passado; e dificilmente bandas dessa estirpe surgirão para continuar o legado deixado para nós.
DESCRIÇÃO-AQUI.